Essa noite eu sabia que não conseguiria dormir bem,
seria preciso ser vencida pelo cansaço
esperar que meu corpo já não suportasse mais
antes de me deitar...
Se eu me entregasse aos travesseiros antes disso
eu teria sucumbido à imagens vagas
e torturantes e eu jamais conseguiria dormir outra vez...
Pensar em minha vida me causa tontura e
calafrios.
Eu prefiro que o sono e a necessidade me consumam
antes de me desligar,
de reiniciar,
antes de tentar adormecer...
Derrotada eu sucumbi
o coração cansado
e os olhos lavados por dentro e por fora
eu não senti o mundo nem
abaixo nem acima de mim e dormi.
Quando acordei estava inchada
explosiva e ainda cansada
com um relâmpago dentro do crânio
uma sensação entorpecente
de quem correu de um furação
e se afogou numa enchente...
Uma dor de quem desmorona e não tem de onde cair.
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