Fui tola. É tão difícil admitir isso, mas essa é a verdade, fui uma grande e miserável tola. Como pude me iludir tão facilmente? Não acho que foi assim tão fácil, mas não importa, me iludi! E desiludir dói muito. Ter perdido tempo com tanta ilusão, tantas palavras doces e promessas que não iam além de uma manipulação barata, me atribuiu um peso que me esmaga agora. Sozinha, calada, olho em volta, não há mais nada. As pessoas que antes me suportavam um pouco já perderam a crença que um dia eu terei salvação. E daquelas que eu esperava um pouco de apoio vieram os julgamentos e condenações eminentes. Como um dia pude sequer pensar que poderia viver tão semelhante doçura soprada por lábios de enganoso amor? Tive minhas esperanças varridas pelo acreditar no errado. E desesperar dói muito. Dói tudo e há dores que crescem e se multiplicam de todos os lados, às vezes chego a me costumar com todas elas, é até bom ter algo aqui me fazendo um pouco de companhia. Depois de um instante o mundo parece bem menor e as dores me esmagam mais, disputando algum espaço no pequeno campo de solidão que restou. Eu vivo cada dia antecipadamente, planejando cada segundo de frio, sem condições de recusar qualquer afeto e, no entanto descrendo qualquer significado para acreditar em qualquer palavra. A vida vaga devagar em meus ombros torcidos e cansados e não vejo importância em nada. E descrer dói muito.
Desiludir, desesperar e descrer
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário