Correntes
Essas correntes ferindo meus pulsos que te deixei colocar pela fé de que elas não me machucariam jamais ou pela esperança de que você valeria cada gota de sangue perdida. São as mesmas correntes que me mantem sempre nessa sala vazia de passos, dos mesmos passos que ecoaram o som da sua chegada embora súbita de muitas formas esperada, como uma tempestade faminta que anceia encontrar no caminho um sopro de vida que possa sugar. Suas correntes enferrujam e me devoram a dignidade e a fé, tomam meu corpo, minha sanidade e a sala vazia cada vez mais fria, mais úmida e suja com tanta poeira deixada para trás, da mesma poeira que seu corpo trazia e que eu aceitava com alegria porque tinha fé que ela não me sujaria jamais ou porque tinha a esperança de que valeria suportar cada espirro, cada canto mofado se você ficasse. Então você se foi e eu não saberei se a fé ou a esperança seriam atendidas com algum suplicio de amor.
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