Odeio quando você diz daqui-a-pouco-ligo-pra-você! Foram com essas mesmas palavras que você me esqueceu em maio desse ano. Passei momentos tão duros desde então. As duas primeiras semanas foram terríveis e a terceira quase me matou, até que na quarta eu tive um pouco de força pra fingir que nada daquilo era real, que você nunca se fora. Foi quando os sonhos com você ficaram mais vivos.
Em meus sonhos você sempre vinha como um doce inacreditável de tão bom, desses doces que a gente põe e põe mais na boca alucinadamente e quanto mais se quer comer, mais se teme que acabe logo. Eu tinha você em meus sonhos e de alguma forma mansa você me pedia que dormisse que estaria lá quando eu acordasse, para eu acreditar que sempre estaria comigo e sempre quando acordava ao meu redor só estava o vazio, te procurava em tudo e todos que encontrava sequer sabiam que você existia. As pessoas nos meus sonhos me olhavam como uma doida! Porque para eles você era um fantasma que eu alucinava, nada mais.
Mesmo que a dor acabasse comigo ao acordar, eu preferia dormir outra vez só pra te ver doce, mesmo que me deixasse depois. Mas atravessar o dia acordando com esse espinho travado na garganta, aguardando insanamente a hora de sonhar outra vez não fazia sentido e fez com que eu fosse vivendo pra dentro.
Então tomei a provisão cuidadosa de eu mesma me considerar doida. Tenho vivo dias assim, te vendo como um fantasma que alucinei, mas você quase sempre volta, quando você quer. Talvez quando sinta algo parecido com saudade e me diz daqui-a-pouco-ligo-pra-você e me puxa de volta pra esse mundo de verdade, onde você tem um gosto tão forte e tão vivo que fica quase impossível voltar ao mundo em que tudo esta bem, que tudo fica bem e que não preciso esperar daqui-a-poucos que não chegam porque você já esta lá. E você está sem essas palavras frias que machucam quando você pronuncia por tudo que me vem a mente quando você desliga o telefone é: ele-não-volta-mais!
0 comentários:
Postar um comentário