Chorei gota por gota o oceano de amor imenso que tinha por você. Parece que me secou tudo por dentro e restou essa coisa pesada no peito. Tento diminuir os pesos, calcular cada passo e mentir que esta tudo bem, que vai ficar tudo bem, que só sorrir basta, que eu tenho motivos, que vai dar certo... Mas não fica certo.
Faço força, me arrasto do sono todas as manhãs e continuo os planos de sempre, as realizações que antes buscava, como se em algum momento a rotina de antes trouxesse as fomes de antes. E não trás, o tempo passa o peso no peito e o nó na garganta só aumentam. É inevitável acreditar que se apagou a luz que havia em mim e não farei esforço algum pra reascender nada.
E eu desejo fechar o ciclo. Acordar talvez, sem lembranças de nada. Fugir pra algum lugar deserto, de desejos desertos e recomeçar, sem sombras, sem um passado rasgado e turvo... Ou dormir talvez, sem sonhos, sem carências, sem amanhãs ... Fechando sem dividas, deixando tudo que deveria ter sido ser e não foi. E não fecha, não apaga, não some, porque toda a dor que me consome é ainda a única loucura que me mantém viva.
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